quinta-feira, julho 10, 2008

Voltando a ser criança... Ou simplesmente cataporeando...

Ai, ai, como a vida é engraçada!
Uhm, quando a gente menos espera, tchibuum, a gente escorrega, passa a ver o mundo de outro ângulo e todos aqueles planos rolam ladeira abaixo.

Dia desses, uma música de ninar rodopiou pela minha cabeça, e a partir daí foi o estopim para eu tentar lembrar de todas as musiquinhas que minha mãe e meu pai e minha avó materna cantavam para embalar meu sono. Ah, e bem no dia em que eu me lembrei dessas canções, não me saltaram bolhinhas esquisitas e coceirentas pelo meu corpo, que eu descobri ser catapora? Isso mesmo, ca-ta-po-ra, varicela-zóster para os acadêmicos. Doença de criança que peguei depois de velho, olha só, tem cabimento?! E olha que eu tive infância... Hehehe

Algumas músicas eu lembrei, outras não. Mas foi bom, e foi ruim, lembrar desses momentos que tivemos juntos e de todos os carinhos que eu recebi quando criança, além dos passeios, dos almoços, das histórinhas que a Vó Mimi contava e tudo isso e muito mais que ficou marcado em mim para sempre, mesmo sendo esses carinhos os que mais me fazem falta hoje e que são os meus piores açoites em noites frias e solitárias como esta de hoje...

Melhorando o astral, e vendo que tudo tem seu lado bom, como o médico me deixou um bom tempo de molho, pelo menos eu posso aproveitar para ver alguns bons filmes aqui da Kisy, dar um jeito nas finanças do Conselho Branco, dormir até meio-dia (yes! yes! yes!), e quem sabe tomar um pouco de vergonha e arrumar meu armário. Ah, criança que é criança não arruma armário! =P

Vamos à algumas cantigas, bem conhecidas (depois eu posto mais).

Nana, neném

Nana, neném

Que a Cuca vem pegar;
Papai foi pra roça
e mamãe foi trabalhar.

Bicho tatu
sai de cima do telhado,
Deixa o menino dormir sossegado.

A Casa
Vinícius de Moraes

Era uma casa muito engraçada
não tinha teto, não tinha nada.
Ninguém podia entrar nela não
porque na casa não tinha chão.
Ninguém podia dormir na rede
porque na casa não tinha parede.
Ninguém podia fazer pipi
porque pinico não tinha ali.

Era uma casa muito engraçada
não tinha teto, não tinha nada.
Ninguém podia entrar nela não
porque na casa não tinha chão.
Ninguém podia dormir na rede
porque na casa não tinha parede.
Ninguém podia fazer xixi
porque pinico não tinha ali.

Mas era feita com muito esmero
na Rua dos Bobos, número zero.
Mas era feita com muito esmero
na Rua dos Bobos, número zero.


Minha mente é como essa casa. Não tem muito teto, quase não tem chão, não sei onde estão as paredes (só deve ter uma ou outra fundação, e olhe lá!). Porque em muitos momentos ela se desfaz e se reconstrói conforme o que penso, o que faço, quem vejo, com que faço, tirando velhas e poucas bases que me norteiam, mas que ao bater de asas de uma borboleta azul podem ser revistas e refeitas.
As portas dessa casa estão abertas. Faço-te um convite para entrar e desvendar os diversos salões, as inúmeras dispensas, os poucos banheiros, os milhares de quartos, as exuberantes cozinhas, e me acompanhar nessa aventura de desvendar, arquitetar, colorir e mobiliar esse espaço tão sem fim...

Que essas canções relembrem a sua velha infância e que embalem o teu sono!
Abraços super apertados e carinhosos, e beijos bicudos e molhados, que nem os das crianças

EDIT: mudei o template para contemplar o momento infantil, ajajajaja

5 comentários:

Gabiruu disse...

Maravilha de texto!
Chega me emocionou, ou melhor, me sensibilizou...

A parte mais simples e mágica da vida é a infância...

Fight disse...

mas canções são inocentes apenas na mente de crianças...


http://www.youtube.com/watch?v=XvTQyuHvHHk

M. disse...

Ahhhh, acho que ninguém deveria voltar a ser criança...
Tem que ter sempre um pouquinho da infância e inocência de criança guardadas... senão nao tem graça!
=/

E quanto a catapora, acho que vc vai morrer.

E nada de beijos melecados. ECA.

J.Estel Santiago disse...

Ah, esse link do Ancalimon me lembrou uma coisa.

Falta aqui um post da Shelob, renomada autora de livros infantis, mais conhecida por aí como Rosana Rios, que uma vez, ao questioná-la sobre essa coisa da Cuca e dos milhares de apertos que acontecem nas histórias infantis, me respondeu que o que uma criança mais sente é medo...

Mel, então vai preparando seu terninho, tá? Nada de all star rosa na hora da minha cremação...
Ah, quer saber, pode ir de all star rosa, sim! Use fantasia, serpentina, confete, eu não quero muito choro, eu quero festa! Que brindem a minha morte como brindaram a minha vida!!!

(Ah, se você prefere assim, te mando um beijo sem meleca),

Ana Carolina disse...

Jorgito!

Mto legal o texto!
Me emocionei!
Saudades da nossa infancia! (afinal, vc fez um pouco parte da minha.

Se cuida!