quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Noite dos Mascarados - Chico & Elis

Ai, ai.

É Brasil. É Carnaval.

Não estamos na crise, não! Impressão sua, minha sinhá e meu sinhô!

São milhões de reais que circulam pelo Sambódromo, outros mais pela Sapucaí. Dentro e fora deles.
É coisa do Turismo, com T maiúsculo! Hotéis, bordéis, os Arcos da Lapa, os vendedores ambulantes, as camisinhas, as bordadeiras das fantasias, a venda dos pavões cruelmente assassinados por suas penas, os futuros coquetéis para SIDA (Sindrome da ImunoDeficiência Adquirida, para os mais lesadinhos que não sabem que AIDS é uma sigla importada) que serão vendidos daqui alguns meses aos mais imprudentes, os terninhos de madeira pra quem bebeu demais e saiu dirigindo...

É, minha gente! É Carnaval! Sambemos nós, se é que alguém ainda usa o subjuntivo pra alguma coisa...
Não há miséria, não há mortes, nem arrastões. Muito menos seres ignóbeis que ocupam a Assembleia e o Planalto (ops, esqueci: estão vazios, porque é Carnaval).

O Brasil só volta a funcionar (o Brasil funciona???) depois do Carnaval.
O mais importante é se soltar, e ser feliiiiiz! Aháháhá!

Como a hipocrisia brasileira me incomoda. Principalmente no Carnaval e no Natal. Bando de gente imbecil!

Mas com nem tudo é essa merda, segue musik do Chico, que pode ser ouvida na voz da maravilhosa Elis Regina se você clicar bem aqui! (O vídeo é tosquinho, mas o que vale é a canção).

Noite Dos Mascarados (Ft. Elis Regina)
Composição: Chico Buarque

[Chico]
Quem é você?

[Elis]
Adivinha se gosta de mim

[Coro]
Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim

[Chico]
Quem é você?, diga logo

[Elis]
Que eu quero saber o seu jogo

[Chico]
Que eu quero morrer no seu bloco

[Elis]
Que eu quero me arder no seu fogo

[Chico]
Eu sou seresteiro, poeta e cantor

[Elis]
O meu tempo inteiro só zombo do amor

[Chico]
Eu tenho um pandeiro

[Elis]
Só quero um violão

[Chico]
Eu nado em dinheiro

[Elis]
Não tenho um tostão
Fui porta-estandarte, não sei mais dançar

[Chico]
Eu, modéstia à parte, nasci para sambar

[Elis]
Eu sou tão menina

[Chico]
Meu tempo passou

[Elis]
Eu sou Colombina

[Chico]
Eu sou Pierrot

[Coro]
Mas é Carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar
Deixa o barco correr
Deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira
Que você me quer
O que você pedir, eu lhe dou
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser

Nessa época de marcinha e baile de máscara, aaaah, isso sim que deveria ser Carnaval.
Aí a galera curtia, se divertia, sem extravagâncias. Sim, sim, com sacanagem e putaria, mas sem esse falso glamour televisivo que a gente é impelido a engolir. E sem milhões de reais jogados no lixo.

Eu sempre penso: nasci na época errada...