domingo, março 07, 2010

Só Vendo Que Beleza (Marambaia)

Olá, pessoas!

Em minhas aparições esporádicas, coisas que realmente não cabem em 140 caracteres (hehehe)

Lendo um post no blog da colega de relações públicas Maira Manesco, pensei direto na musik que dá nome ao texto de hoje. Adoro a melodia, é um tudodibão, ainda mais nas vozes grossas de Maria Bethania e Omara Portuondo. Passa uma tranquilidade tão gostosa!, tranquilidade essa tão difícil nos dias de hoje...

Só Vendo Que Beleza (Marambaia)
Maria Bethânia

Eu tenho uma casinha lá na Marambaia
Fica na beira da praia, só vendo que beleza.
Tem uma trepadeira que na primavera
Fica toda florescida de brincos de princesa.
Quando chega o verão eu sento na varanda,
Pego o meu violão e começo a tocar.
E o meu moreno que está sempre bem disposto
Senta ao meu lado e começa a cantar.
Quando chega a tarde um bando de andorinhas
Voa em revoada fazendo verão
E lá na mata um sabiá gorjeia
Linda melodia pra alegrar
meu coração
Às seis horas o sino da capela
Toca as badaladas da Ave Maria
A lua nasce por de trás da serra
Anunciando que acabou o dia.
Eu tenho uma casinha lá na Marambaia

Confira a versão dessa musik, com a Maria Bethania e Omara Portuondo! Fique tranquilo, tome uma águinha de côco e comtemple a vida, com calma, caalma, caaalma...

http://www.youtube.com/watch?v=8NHshue75RE&feature=related


Quantas vezes nessa pauliceia desvairada corremos tanto que não paramos para admirar a beleza d'uma árvore na frente do trabalho, ou então conversar verdadeiramente com algúem sem pensar no atraso e no trânsito, tomar coragem e vestir a sunga pra tomar um solzinho na piscina do condomínio...?

Os rebentos da geração Y vivem em insatisfação constante, tudo tem que ser pra ontem e a felicidade é sucesso profissional, fortuna e liberdade. Caem do cavalo os que não percebem que isso é balela, ideologia, reflexo da situação sócio-econômica do período no qual nascemos.

A liberdade não existe. A sociedade é fruto do conflito de interesses entre seus membros, por mais consciente que estes sejam. As tãos sonhadas viagens mundiais, os intercâmbios, as experiências em multinacionais e a cobertura no Jardins antes dos 30 anos é sinônimo da busca pela liberdade. Rárá! Faz-me rir. É sinônimo do atrelamento e da alienação, isso sim! Seguir com o que deseja o capital, que vivamos sem pensar, sem nos relacionarmos, sem perceber o quanto consumimos, e quantas desnecessidades acabam por nos colocar goela abaixo como necessárias! Essa mask eu não uso, certeza! Tô fora, eu, hein.

Vixi... Desandei total. O post da Maira foi um estopim pra essa enxurrada filosófica bem no meio dae uma madrugada insólita de domingo. Eu, hein!? Melhor eu ir tomar meus psicotrópicos e dormir, hahauauhauh, porque esse assunto dá pé, e muuuito...



Beijos, abraços e queijos

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Construção - Chico Buarque

E aí, o que você tem feito da sua vida, como tem construído seu futuro? Detalhe: o futuro não está lá, está aqui, a-go-ra! Como diria Mestre Oogway, o passado é história; o futuro é um mistério; o hoje é uma dádiva. É por isso que é chamado de "presente". Aproveite o dia. Faça valer a pena.

Construção - Chico Buarque
Composição: Chico Buarque


Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado