quarta-feira, maio 06, 2009

Quando o brilho do sol fenece

Quando morre alguém, o sol deixa de brilhar com a mesma intensidade.
O vento, frio, toca o corpo dos que ficam. E as sombras enregelam a alma dos que choram.
Pois o sol deixa de brilhar com a mesma intensidade. Quando morre alguém.

Os ponteiros transcorrem lentamente e a efemeridade da vida vem à tona.
O coração que pára de bater faz com que outros batam mais rápido. E isto é um paradoxo.
Paradoxo que desobnubila a escuridão.

Em xeque os valores maiores do ser vivente entram.
A vida leviana repensada, ressentida, reestruturada. Ainda há tempo de ser revivida.
O sentimento atormenta. A boca seca e muda. A sensação se modifica e o peito bate forte.
O olhar chora.


Essa mudança faz o sol parecer que brilha com menos intensidade.
E que o vento é frio. E que as sombras enregelam.
Porque o brilho daquele olhar não será mais visto.
A centelha de calor daquela alma. Nunca.

Ela está a se dispersar. E isso dói.
Essa dor faz com que o sol deixe de brilhar com a mesma intensidade.
Seu calor não queima tanto pois a ferida arde por si só.

Quando o brilho do sol fenece, ele se mostra sábio.
Fenece pelo sofrimento. Mas ele não deixa de ser renascer como guia.
O calor fraco sinaliza a esperança.

Ela está a se dispersar.E isso dói. Mas voltará à sua origem.
Uma nova incandescência pulsante

O sol, renovado, há de brilhar mais forte do que antes.


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Minha vida é tanta louca sinfonia que nem preciso outros para compor minha musik.
Maria Helena. Ela se foi. Mas o sol há de brilhar mais forte do que antes.