sábado, novembro 22, 2008

Beatriz - Ana Carolina

Mais tarde é a última apresentação do In Omnia Paratus em 2008. Nesse ano, foram diversas apresentações, e o processo mais rico do que nunca! Trabalho árduo na busca pelo elo entre corpo, mente e espírito. Sempre soube que não seriam em quase quarenta sábados que chegaríamos à perfeição, mas sempre soube também que o Caminho que percorremos era aquele mesmo a ser percorrido. Alcançamos nosso êxito, chegamos à plenitude do que fora possível. Eu vi coisas, dervish!

Particularmente, prosseguirei por estes Caminhos. Tanto da Arte Cênica quanto da Arte Marcial. Mas o que será dos outros? Muitos se foram, provavelmente mais alguns venham a partir, alguns de vez, e outros espero que só momentaneamente, cada qual com seu motivo. Farão-me falta. A Família Franco (Jaque, Estela, Helena e Raquel ), Gabriel...
Que a Roda continue a girar e que novos possam vir para trazer mais luz. Que alguns dos antigos se alegrem e voltem!


Beatriz - Ana Carolina
Composição: Chico Buarque e Edu Lobo

Olha, será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura o rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ah, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem "bis"
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida



Ah, como eu seria sem o Teatro!? Eu talvez não fosse...

Mesmo ele me dando tantas forças, ainda existem muitas máscaras a retirar...
Será que sou estrela? Comédia? Divino? Sorrio sempre, mas nem sempre estou feliz. Não choro num quarto de hotel, mas às vezes em um ônibus solitário com destino a São Bernardo. Quando saio da ribalta, o mundo cru muitas vezes incomoda; já não posso ser e fazer o que quero, e minha alma recrudesce a somente ocupar um corpo, com suas mais variadas elucubrações e revezes de emoções que para muitos são ininteligíveis.
Ah, se eu pudesse viver só das Artes, como eu seria mais completo!!!

A angústia é de me perguntar se um dia eu despencar do céu, quem vai me levantar?
Você vai entrar em minha vida?

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